Somos poligâmicos? Visão espírita

Ei, pessoal! Vamos falar sobre um tema que já foi muito polêmico e que ainda gera discussões: a poligamia. Mas calma, não vou entrar em debates pesados aqui, quero apenas refletir com vocês sobre o que os espíritos dizem sobre isso, de uma forma bem tranquila, tá?

Então, antigamente, a poligamia era algo até comum em várias sociedades, mas será que faz sentido nos dias de hoje?

O texto que li fala que, com o tempo, a humanidade foi progredindo, e o casamento passou a ser visto de uma maneira diferente – uma união baseada no amor e na afinidade real, sabe? Aquelas relações de afeto genuíno, de querer o bem do outro.

Quando a gente fala de poligamia, o texto diz que ela, na verdade, não tem essa ‘afeição real’. Ela estaria mais ligada ao desejo físico, à sensualidade, mas não a um amor verdadeiro, que é o que Deus e as leis da natureza esperam da gente, principalmente porque já temos uma quantidade de homens e mulheres mais ou menos equilibrada no mundo. E essa mudança da poligamia pra monogamia é vista como um progresso social.

A sociedade foi se aperfeiçoando, e hoje, o casamento monogâmico se tornou o ideal pra muitos de nós. Mas claro, isso é uma reflexão, né? Cada um pode ter suas visões e entender essa questão de formas diferentes.”

Texto retirado do Livro dos Espiritos de Allan Kardec:

V – Poligamia

700. A igualdade numérica aproximada entre os sexos é um indício da proporção em que eles se devem unir?

—Sim, pois tudo tem um fim na Natureza.(1)

701. Qual das duas, a poligamia ou a monogamia, é mais conforme à lei natural?

— A poligamia é uma lei humana, cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, deve fundar-se na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há verdadeira afeição: não há mais do que sensualidade.

Comentário de Kardec:  Se a poligamia estivesse de acordo com a lei natural devia ser universal, o que, entretanto, seria materialmente impossível em virtude da igualdade numérica dos sexos.

A poligamia deve ser considerada como um uso ou uma legislação particular apropriada a certos costumes e que o aperfeiçoamento social fará desaparecer pouco a pouco.(2)


(1) O Espiritismo é ideológico, tanto do ponto de vista físico quanto do ético: as coisas materiais e os atos morais, o mundo e o homem, tudo tem uma finalidade, mas não de ordem antropológica. Muitas vezes ela contraria ou escapa ao pensamento do homem. Isso deu motivo à reação antiteleológica da Filosofia moderna. A Ciência, por sua vez, tratando apenas do plano objetivo, não viu mais que “um ângulo do quadro da Natureza” e restringiu-se às “condições determinantes”. Sua natureza analítica não lhe permite abranger o sentido das coisas e dos fatos. Henri Bergson, porém, em L’Évolution Créatice desenvolveu a teoria do ela vital, segundo a qual todo o curso da evolução, partindo da matéria mais densa, dirige-se à liberação da consciência no homem, aparecendo este como o fim último da vida na Terra. Essa é a tese espírita da evolução, até os limites da vida terrena. Mas o Espiritismo vai além, admitindo a “escala dos mundos”, através da qual a evolução se processa no infinito, sempre com a finalidade da perfeição. (N. do T.)

(2) O impulso poligâmico do homem não é um instinto biológico, mas um simples resquício das fases anteriores de sua evolução. Não sendo irracional, nem controlado pelas leis naturais das espécies animais, ele tem o dever moral de refrear esse impulso e sublimar a sua afetividade através do amor conjugal e familiar. É pela razão e o livre-arbítrio que ele se controla, elevando-se conscientemente acima das exigências biológicas e das ilusões sensoriais. Se esse  controle lhe parece difícil, maior é o seu dever de realizá-lo, porque maior é a sua necessidade de evolução nesse campo e também porque “o mérito do bem está na dificuldade”, como se vê no item 646 deste livro. (N. do T.)