O Perdão: Por que perdoar é tão difícil?

Por que perdoar é tão difícil?

Perdoar é uma das tarefas mais difíceis que enfrentamos na vida. O ego muitas vezes nos impede de seguir em frente. Por que isso acontece? O ego quer manter o controle, quer proteger a pessoa de feridas futuras, mas acaba bloqueando nosso próprio crescimento. Muitas vezes, buscamos vingança com as próprias mãos, o que é um reflexo da nossa desconfiança na justiça divina ou universal. Queremos uma resolução imediata, sem perceber que essa urgência de “justiça” nos prende mais do que liberta.

No entanto, o verdadeiro poder do perdão não está em liberar o outro, mas sim em libertar a si mesmo. Quando perdoamos, o maior beneficiado somos nós. Não perdoar é como manter uma prisão emocional dentro de si, segurando um peso que apenas nos puxa para baixo. Quando soltamos essa carga, abrimos espaço para crescer.

A dificuldade do autoperdão

O autoperdão pode ser ainda mais desafiador. Ele exige algo raro: humildade. Precisamos admitir que somos imperfeitos, que cometemos erros, e que está tudo bem em errar. Mas por que isso é tão complicado? Porque envolve um confronto direto com o ego, aquele que nos faz querer parecer infalíveis.

O ego, por medo de ser vulnerável, não gosta de aceitar que podemos falhar. Porém, abraçar essa vulnerabilidade é o primeiro passo para a cura e a transformação. Autoperdão não é sobre justificar os erros, mas reconhecer que somos humanos e que o crescimento vem das lições aprendidas.

A mágoa como energia estagnada

Quando guardamos rancor, o que estamos realmente fazendo é armazenar energia. Mágoa, raiva, trauma – tudo isso são blocos condensados de energia que ficam parados dentro de nós. E, como toda energia, ela está viva e emana vibrações, atraindo para nossa vida mais situações semelhantes àquelas que a originaram.

É como ter uma “nuvem negra” sempre ao nosso redor. Se não a dissiparmos, ela continuará a atrair tempestades. O perdão, seja para nós mesmos ou para os outros, dissolve essa nuvem, transformando o bloco de energia densa em algo fluido e leve. Perdoar é soltar a energia estagnada e permitir que algo novo, mais leve, ocupe o espaço.

Não depende do outro

Uma das maiores armadilhas ao tentar perdoar é acreditar que precisamos da aceitação ou da presença da outra pessoa para isso acontecer. Na verdade, o perdão é uma ação interna. Depender da evolução do outro para se liberar é aprisionar-se em uma espera que pode durar séculos. Ao perdoar, estamos cuidando de nossa própria energia e evolução.

Se não perdoamos, quem sai prejudicado somos nós. Estamos mantendo um bloco energético parado no inconsciente, emitindo uma frequência negativa que continua atraindo padrões repetidos em nossa vida – seja perda de emprego, acidentes, ou outras situações difíceis. Isso não é azar, mas sim um padrão energético repetido.

O papel dos obsessores

Em muitos casos, esse ciclo de sofrimento pode ser intensificado por obsessores – espíritos ou energias de outras vidas que buscam vingança ou resolução. Esses obsessores, ao tentarem “fazer justiça com as próprias mãos”, também estão se prejudicando, pois estão acumulando mais problemas para si mesmos e permanecendo presos ao ciclo de negatividade.

Existem dois tipos de obsessores: os “de aluguel” e os “de direito”. No primeiro caso, são energias contratadas por outros para causar mal; no segundo, são obsessores que estão atados ao seu perseguidor devido a ações passadas, plantando e colhendo em um ciclo eterno.

A contabilidade cósmica: justiça eterna

Uma das grandes frustrações das pessoas é a sensação de injustiça. Muitas vezes, pensamos: “Eu não me lembro de ter feito nada para merecer isso.” E, de fato, pode ser que nesta vida não tenhamos consciência das ações que nos trouxeram certos desafios. Contudo, a contabilidade cósmica é eterna. A memória de nossas ações não se perde, mesmo que encarnados, não lembremos.

O que plantamos em vidas passadas continua a ser colhido, e isso explica por que algumas situações demoram tanto para se resolver. Não é uma questão de demora, mas sim de teimosia e resistência em aprender as lições.

Conclusão

O perdão é, acima de tudo, um ato de amor-próprio. Ao perdoar, liberamos a nós mesmos de ciclos de sofrimento e atração de energias negativas. O autoperdão, por sua vez, é um passo vital para o crescimento pessoal, nos ajudando a reconhecer nossa própria humanidade e nos permitindo evoluir.

A chave para a liberdade está em perdoar – não pelos outros, mas por nós mesmos.

Dicas de leitura sobre o perdão:

  1. Os Quatro Compromissos” – Don Miguel Ruiz: Embora não seja diretamente sobre perdão, este livro trata de como liberar-se de crenças limitantes e padrões negativos, incluindo o rancor.
  2. O Caminho do Perdão” – Desmond Tutu e Mpho Tutu: Um guia prático para o perdão baseado na experiência de Tutu com a reconciliação na África do Sul pós-apartheid.
  3. Conversas No Astral Perdao – A Porta Estreita – Hélio Couto

Comece hoje a praticar o perdão e liberte-se das amarras que prendem sua evolução!