Os Primeiros Sinais: As manifestações mais comuns do autismo em bebês e crianças pequenas

O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um distúrbio neurodesenvolvimental complexo e multifacetado que afeta a maneira como as pessoas percebem o mundo e interagem com outras pessoas. Caracterizado por uma variedade de sintomas e intensidades, é comumente associado a desafios nas áreas de comunicação, interação social e comportamentos repetitivos.

Embora cada indivíduo com autismo seja único, com habilidades, desafios e personalidades próprias, muitos apresentam sinais notáveis desde a primeira infância. Compreender estes sinais iniciais não é apenas uma questão de curiosidade; é crucial para a identificação precoce e intervenção. Intervenções precoces têm se mostrado eficazes em melhorar significativamente os resultados ao longo da vida para aqueles no espectro autista, facilitando seu desenvolvimento, aprendizado e integração social.

Por isso, é de suma importância que pais, cuidadores e profissionais da saúde estejam cientes dessas primeiras manifestações. Reconhecer os primeiros sinais pode ser o primeiro passo para uma trajetória de apoio, compreensão e crescimento. Através desta leitura, objetivamos esclarecer e destacar as manifestações mais comuns do autismo em bebês e crianças pequenas, servindo como guia para aqueles que buscam entender melhor o TEA e suas primeiras evidências.

Contexto Histórico

O entendimento e a percepção do autismo sofreram grandes transformações ao longo do tempo, refletindo mudanças nas abordagens médicas, culturais e sociais sobre a condição.

Como o autismo foi percebido no passado:

Início do século XX: O termo “autismo” foi inicialmente utilizado pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler em 1911 para descrever um grupo de sintomas esquizofrênicos, principalmente o distanciamento da realidade. Durante esse período, o autismo era frequentemente confundido com outras condições psicológicas e era pouco compreendido.

Décadas de 1940 e 1950: Os pioneiros na pesquisa do autismo, Leo Kanner e Hans Asperger, realizaram observações e estudos independentes sobre crianças que apresentavam padrões de comportamento semelhantes, mas distintos em sua gravidade e características. Enquanto Kanner descreveu crianças com dificuldades de interação social e comunicação, Asperger observou indivíduos com habilidades sociais atípicas, mas que muitas vezes possuíam talentos específicos ou áreas de interesse intenso.

Décadas de 1960 e 1970: Prevaleceu durante algum tempo a infeliz e incorreta teoria de que “mães geladeiras” – mães emocionalmente distantes – seriam a causa do autismo em seus filhos. Felizmente, com o avanço das pesquisas, essa teoria foi amplamente desacreditada.

Avanços no reconhecimento e diagnóstico precoce:

Décadas de 1980 e 1990: A crescente pesquisa nesse período começou a destacar o autismo como um espectro, com uma gama de sintomas que poderiam variar amplamente em sua intensidade e manifestação. O diagnóstico de autismo foi finalmente separado da esquizofrenia no DSM-III (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) em 1980.

Século XXI: Os avanços na neurociência e a ampliação das ferramentas de diagnóstico levaram a um aumento na detecção do autismo em estágios iniciais da vida. Campanhas de conscientização e recursos educacionais começaram a se proliferar, aumentando o conhecimento do público geral sobre o TEA. O diagnóstico precoce tornou-se uma prioridade, pois foi demonstrado que intervenções iniciais podem melhorar significativamente os resultados para as crianças no espectro.

Hoje, com o reconhecimento do autismo como um espectro, abraçamos uma compreensão mais matizada e inclusiva das variadas experiências e desafios enfrentados por aqueles com TEA. Este reconhecimento, combinado com diagnósticos mais precisos e intervenções direcionadas, oferece esperança e apoio para inúmeras famílias e indivíduos ao redor do mundo.

Primeiros Sinais em Bebês

A identificação precoce dos sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ser determinante para a trajetória de desenvolvimento de uma criança. Em muitos casos, os primeiros indícios surgem já nos primeiros meses de vida, mesmo que os pais e cuidadores possam não reconhecê-los imediatamente. Conhecer e entender essas manifestações iniciais pode ser o ponto de partida para um acompanhamento adequado e um suporte mais efetivo. Vejamos alguns desses sinais mais comuns em bebês:

Falta de interesse pelo contato visual: Desde os primeiros meses, muitos bebês estabelecem um contato visual com seus pais ou cuidadores, seja durante a amamentação, brincadeiras ou outros momentos de interação. No entanto, bebês que estão no espectro autista podem não mostrar tanto interesse em buscar ou manter esse contato visual, parecendo muitas vezes “olhar através” das pessoas ou focar em objetos específicos.

Dificuldade ou falta de resposta ao nome: Por volta dos 9 meses, muitos bebês começam a responder ao próprio nome, virando a cabeça ou demonstrando de alguma forma que reconhecem a chamada. Bebês com sinais de autismo, por outro lado, podem não reagir consistentemente quando são chamados, mesmo em situações sem distrações.

Pouca ou nenhuma interação com outros bebês ou cuidadores: Enquanto muitos bebês demonstram interesse em interagir, seja imitando expressões faciais, sorrindo em resposta ou tentando se comunicar através de balbucios, aqueles com possíveis indícios de TEA podem parecer mais distantes. Eles podem não se mostrar tão interessados em brincadeiras de “peek-a-boo” (esconde-esconde) ou outras atividades interativas.

Retardo no desenvolvimento da fala ou ausência dela: A maioria dos bebês começa a balbuciar por volta dos 6 a 9 meses e continua expandindo seu repertório de sons e palavras conforme crescem. No entanto, bebês no espectro autista podem apresentar um retardo nesse desenvolvimento, não balbuciando, não formando palavras ou até mesmo perdendo palavras que anteriormente utilizavam.

Comportamentos repetitivos com objetos ou brinquedos: Todos os bebês têm certos comportamentos repetitivos, como balançar um chocalho repetidas vezes. No entanto, bebês com sinais de autismo podem demonstrar padrões mais intensos e fixos, como ficar fascinados girando as rodas de um carro de brinquedo por longos períodos ou balançando um objeto de um lado para o outro repetidamente.

Reconhecer estes sinais não significa automaticamente que um bebê tem autismo, pois o desenvolvimento infantil varia amplamente. No entanto, se você notar consistentemente vários desses comportamentos, é aconselhável procurar a orientação de um profissional da saúde para uma avaliação mais detalhada. O importante é observar, confiar em seus instintos e buscar orientação quando necessário.

Manifestações em Crianças Pequenas

À medida que as crianças crescem e começam a explorar o mundo ao seu redor, as nuances de seu comportamento e interações se tornam mais evidentes. Para crianças no espectro autista, este período pode apresentar uma série de manifestações distintas, refletindo os desafios e características do TEA. Vamos explorar algumas das manifestações mais comuns em crianças pequenas:

Dificuldades na interação social: Crianças pequenas com TEA muitas vezes têm dificuldades em estabelecer ou manter conexões sociais. Isso pode se manifestar na forma de não responder quando alguém as chama, evitar contato visual ou ter dificuldade em entender expressões faciais e emoções.

Preferência por brincar sozinho: Enquanto muitas crianças buscam companhia e interação, aquelas no espectro autista frequentemente mostram uma preferência marcante por brincar sozinhas, evitando jogos em grupo ou interações com seus pares.

Falta de interesse em compartilhar atividades ou brinquedos: Ações como mostrar um brinquedo, compartilhar uma descoberta ou envolver-se em jogos de faz de conta com outras crianças podem ser menos comuns. Em vez disso, a criança pode parecer mais envolvida em suas próprias atividades, sem a intenção de incluir outros.

Comportamentos repetitivos ou estereotipados: Estes podem tomar várias formas, desde a repetição de certos sons ou palavras, até movimentos específicos do corpo ou maneirismos.

Movimentos contínuos, como bater palmas ou balançar o corpo: Esses padrões de movimento, muitas vezes chamados de “estereotipias motoras”, são comuns em crianças com TEA. Eles podem parecer automáticos e muitas vezes são usados como mecanismos de autoregulação pela criança.

Fixação intensa em objetos específicos ou partes de brinquedos: Em vez de brincar com um brinquedo da maneira “esperada”, uma criança com autismo pode se fixar em uma parte específica do brinquedo, como as rodas de um carro, girando-as repetidamente.

Desafios na comunicação: As dificuldades podem variar desde atrasos na fala até ausência completa da linguagem verbal.

Repetição de palavras ou frases (ecolalia): Muitas crianças com TEA repetem palavras ou frases que ouviram, seja imediatamente após ouvir ou em um momento posterior, muitas vezes fora de contexto.

Uso peculiar da linguagem: Elas podem usar palavras de maneira incomum ou ter frases que parecem formais ou descontextualizadas para a situação.

Dificuldade em iniciar ou manter uma conversação: Mesmo aquelas crianças que desenvolvem habilidades verbais podem lutar para iniciar, manter ou compreender os nuances de uma conversa.

É fundamental compreender que o autismo é um espectro, e, portanto, nem todas as crianças mostrarão todos esses sinais. Além disso, muitos destes comportamentos também podem ser vistos em crianças que não estão no espectro. No entanto, a combinação e a persistência de vários desses sinais podem indicar a necessidade de uma avaliação mais aprofundada por um especialista.

Importância da Observação dos Pais e Cuidadores

Os primeiros anos de vida de uma criança são uma época de descobertas e transformações, onde cada dia traz novos aprendizados e comportamentos. Durante este período crucial, ninguém está mais sintonizado com a criança do que seus pais e cuidadores. Sua observação atenta e perspicaz desempenha um papel vital na identificação de possíveis sinais e padrões comportamentais que podem indicar um desenvolvimento atípico, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Os pais frequentemente percebem sinais antes dos médicos: Os médicos e especialistas têm formação extensa e ferramentas de diagnóstico à sua disposição, mas são os pais e cuidadores que convivem diariamente com a criança. Eles são os primeiros a perceber pequenas nuances no comportamento, reações e padrões de interação de seus filhos. Muitas vezes, são essas observações iniciais que levam à busca de orientação médica e eventual diagnóstico.

A importância de confiar nos próprios instintos: O “instinto parental” não é apenas uma frase feita. Os pais desenvolvem uma intuição aguçada sobre o bem-estar de seus filhos. Se algo parece “fora do comum” ou “não está certo”, é essencial que os pais confiem nesses sentimentos. Mesmo que suas preocupações se revelem infundadas, é sempre melhor errar pelo lado da cautela.

Buscar uma avaliação profissional: Após perceberem possíveis sinais de alerta, é crucial que os pais busquem orientação e avaliação de um profissional especializado. Isso não apenas fornece clareza e direção, mas também garante que, se necessário, a criança receba a intervenção e o apoio apropriados o mais cedo possível.

Em conclusão, enquanto a ciência e a medicina continuam a avançar em nossa compreensão e tratamento do autismo, os pais e cuidadores permanecem na linha de frente, sendo muitas vezes os primeiros a perceber e responder aos sinais. Sua observação, intuição e defesa pelos interesses de seus filhos são fundamentais para garantir que cada criança receba o cuidado e o suporte necessários para florescer. Portanto, a mensagem é clara: confie em seus instintos, observe atentamente e não hesite em buscar orientação quando achar necessário.

Desmistificando Mitos Comuns

O autismo, como muitas outras condições, está envolto em uma mistura de informações precisas e uma série de mitos e concepções errôneas que têm sido perpetuadas ao longo dos anos. Esses mitos podem não apenas resultar em mal-entendidos, mas também em estigma, reduzindo assim a empatia e o suporte que essas crianças e suas famílias merecem. Vamos abordar alguns desses equívocos comuns e lançar luz sobre a realidade do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Nem todas as crianças com autismo evitam contato visual o tempo todo: Um dos estereótipos mais comuns associados ao autismo é a aversão ao contato visual. Enquanto muitas crianças com TEA podem ter dificuldade em manter contato visual, isso não se aplica a todas. Algumas podem usar o contato visual de maneira diferente, enquanto outras podem se sentir confortáveis com ele em determinadas situações ou com pessoas específicas.

Nem todos os autistas têm habilidades especiais ou “savant”: A representação da mídia frequentemente retrata pessoas com autismo como possuidoras de habilidades extraordinárias ou talentos “savant”, como ser um gênio matemático ou ter uma habilidade musical excepcional. Embora algumas pessoas com autismo possam de fato ter habilidades notáveis em certas áreas, essa não é a norma. Assumir que todos os autistas têm tais habilidades pode resultar em expectativas irrealistas e pressão sobre a criança.

Cada criança com autismo é única e pode apresentar sintomas diferentes: Esta é talvez a verdade mais importante a ser enfatizada. O TEA é um espectro, o que significa que cada indivíduo pode apresentar um conjunto único de características e desafios. Algumas crianças podem ter dificuldades significativas de comunicação, enquanto outras podem ter habilidades verbais fortes, mas enfrentar desafios em interações sociais. Assumir que todos os autistas são iguais é minimizar a individualidade e a complexidade de cada pessoa.

Desmistificar esses mitos é crucial para criar uma sociedade mais informada e empática. Quando compreendemos a verdadeira natureza do autismo e deixamos de lado as concepções errôneas, estamos melhor equipados para oferecer suporte, compreensão e aceitação a cada criança e adulto no espectro autista. É nosso dever coletivo educar-nos, questionar generalizações e abordar o autismo com uma mente aberta e um coração compreensivo.

Como Buscar Ajuda e Suporte

Identificar e aceitar que seu filho possa estar apresentando sinais de autismo pode ser um processo emocional e desafiador. Contudo, é importante lembrar que você não está sozinho nessa jornada e que há inúmeros recursos disponíveis para ajudar. Aqui está um guia sobre como buscar a ajuda e o suporte necessários:

Os benefícios de um diagnóstico precoce: O diagnóstico precoce do autismo pode abrir portas para intervenções e apoios que podem ser fundamentais para o desenvolvimento da criança. Isso não apenas fornece uma compreensão mais clara das necessidades específicas da criança, mas também permite que pais e cuidadores busquem estratégias e terapias direcionadas que podem ajudar a criança a alcançar seu potencial máximo.

Primeiros passos após perceber os sinais: Se você observar comportamentos ou sinais que acredita estarem alinhados com o Transtorno do Espectro Autista:

Consulte um profissional: O pediatra do seu filho é um bom ponto de partida. Eles podem fornecer uma avaliação inicial e encaminhá-lo a especialistas em desenvolvimento ou neurologistas pediátricos para uma avaliação mais detalhada.

Mantenha registros: Anote suas observações e preocupações para compartilhar com profissionais. Isso pode incluir vídeos ou descrições de comportamentos específicos.

Busque apoio emocional: Converse com amigos, familiares ou grupos de apoio. Muitas vezes, compartilhar suas preocupações e ouvir as experiências de outros pode fornecer conforto e perspectiva.

Recursos e organizações que oferecem apoio e informações: Existem muitas organizações, tanto locais quanto nacionais, dedicadas a fornecer informações, recursos e suporte para famílias que lidam com o TEA. Algumas opções incluem:

Organizações nacionais de autismo: Muitos países têm organizações dedicadas ao autismo que oferecem uma vasta gama de recursos, desde pesquisas e artigos até fóruns de discussão e linhas diretas de apoio.

Grupos de apoio locais: Esses grupos podem ser uma fonte valiosa de suporte emocional e prático, conectando famílias que enfrentam desafios semelhantes.

Terapeutas e especialistas: Terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e outros profissionais podem oferecer intervenções e estratégias específicas para ajudar a criança a desenvolver habilidades e superar desafios.

Ao buscar ajuda e suporte, lembre-se de que cada criança é única e que o que funciona para uma pode não funcionar para outra. Seja paciente, continue se educando e busque uma rede de apoio para guiá-lo nesta jornada. Com os recursos e a intervenção certos, cada criança com autismo tem o potencial de florescer e levar uma vida plena e gratificante.

Conclusão

O universo do autismo é vasto e diversificado, abrangendo uma miríade de experiências, comportamentos e desafios. Mas se há uma constante nessa jornada, é a importância inegável de reconhecer e responder aos primeiros sinais. Uma detecção e intervenção precoces não apenas abrem caminho para terapias e estratégias mais eficazes, mas também fornecem a crianças e famílias uma direção clara e um entendimento mais profundo do que está acontecendo.

Para pais e cuidadores que estão no meio desta jornada, pode ser um período de incertezas, questionamentos e, às vezes, sentimentos avassaladores. No entanto, é fundamental lembrar que vocês não estão sozinhos. Há uma vasta comunidade global, formada por especialistas, terapeutas, outros pais e defensores, todos trabalhando juntos para entender, apoiar e capacitar indivíduos com autismo.

Então, àqueles que podem estar começando esta viagem ou aqueles que já estão no caminho há algum tempo, encorajamos vocês: busquem suporte, eduquem-se e, acima de tudo, confiem em seus instintos e em sua capacidade de ser a força e o apoio que seu filho precisa. Cada criança, com ou sem autismo, traz consigo um universo único de possibilidades e potencial. E, com o conhecimento e os recursos certos, vocês estão bem posicionados para ajudá-los a brilhar da maneira mais brilhante possível.

Referências

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